NOITES SEM LUAR
No meio da festa,
Ela está a espreitar.
Seu cheiro invade o ar,
Vejo suas sombras, pra lá e pra cá.
Sempre a me fitar.
Não é loucura, conheço aquele olhar.
Vem como as chuvas de inverno,
Silenciosa e sem nada avisar.
Um abraço fraterno ela tenta me dar,
Eu tento mais uma vez esquivar.
Mas é inútil, já estou vazia,
Não sinto mais o calor do dia,
Nem percebo as noites com luar.
É minha sina desde menina,
Precisei aprender a aceitar.
Não importa o que eu faça,
Ela não para de me chamar.
Diz que sou uma simples mortal.
Que é natural parar para descansar.
Que preciso trocar a roupagem,
Para lhe acompanhar,
Pois logo as luzes irão se apagar.
Acabou-se a festa.
Chegou a hora de me entregar,
Simplesmente me deito e me deixo levar.
Não é um lugar tão distante,
Apenas não consigo ter forças para retornar.
É um mundo cinza, vazio, sufocante,
Onde as noites não tem luar,
E ninguém poderá me acompanhar.
nesse meu hibernar.
nesse meu hibernar.
Não é para sempre, eu sei.
Um dia, terei forças e conseguirei enfim me libertar.
Por Regina Gois
Olá querida! Obrigada pela visita.
ResponderEliminarAdorei o seu blog.
A foto ficou ótima, tem tudo a ver com a poesia.
Um forte abraço!
Eu é que agradeço Regina.
ResponderEliminarParabéns pelos seus poemas, dizem muito...
A poesia muitas vezes traduz aquilo que não conseguimos expressar de outra forma.
um beijinho